“Em 1877, implantou-se, no vale do rio
Tubarão, os núcleos de Azambuja, Pedras Grandes e Presidente Rocha (atual Treze
de Maio): no vale do Urussanga, os núcleos de Urussanga, Accioli de Vasconcelos
(atual Cocal do Sul) e Criciúma.”
fonte
http://www.sc.gov.br/conteudo/santacatarina/historia/paginas/08imigrantes.html
O núcleo Accioli de Vasconcellos, em homenagem ao Coronel Francisco de Barros Accioli de Vasconcellos, hoje município de Cocal do Sul (SC), foi fundado,
em 1885, pela Comissão de Terras e Colonização na pessoa do Engenheiro
Francisco Ferreira Pontes. Esta Comissão instalou-se em Tubarão, em 09 de
novembro de 1886, e era assim constituída: Diretor; Eng° Francisco Ferreira
Pontes, Eng° Ajudante; Arthur Ferreira Paiva, Agrimensores; Antônio Lopes
Mesquita e Daniel Müller das Chagas, Escriturário; Cel. João Cabral de Mello.
Na época (ano de 1897) a colônia de
Azambuja, limitava-se ao Sul com a Linha URUSSANGA e Linha Torrens (Hoje
município de Morro da Fumaça-SC) e ao leste com terras de Sesmaria dos
Medeiros, atual Rio Vargedo.
Fonte: História de
Minha Vida, do Autor Sr. GERMANO BEZ FONTANA, na página 474.
LINHA TORRENS - por: roquesalvan@gmail.com
As linhas coloniais eram estradas a partir das quais os colonos recebiam
lotes de terra e construíam suas propriedades rurais. A empresa Companhia
Brasileira Torrens de Colonização, tendo contrato firmado com o Governo Federal
em 1890, mediu os lotes e estruturou estas Linhas, e, fez a transferência
destas terras para os colonos. Cada lote colonial tinha em média de 25 a 30
hectares.
Essas demarcações, muitas em Linhas, ocorreram em toda a região
colonizada.
No núcleo de Azambuja, Pedras Grandes e Presidente Rocha (atual Treze de
Maio), traçaram-se se várias Linhas:
- Linha Travessão (Atual Av. dos Imigrantes em Treze de Maio, até na
localidade de Lage e a partir daí o Travessão chamou-se “Linha Fausto Júnior”,
em homenagem ao engenheiro Augusto Fausto Souza Júnior), seu traçado seguiu até
encontrar o Rio Urussanga, divisa hoje com o município de MORRO DA FUMAÇA(SC)
estremando ao sul com a Sesmaria Medeiros e ao norte com terras devolutas.
- Linha Mesquita, partia do Sertão dos Corrêa, com os lotes nº 1 e 2 e
seguindo com os dois lotes paralelos até chegar ao fim, com os lotes nº 35 e
37. O lote nº 1 fazia fundo com a Sesmaria Medeiros e o nº 2 com o Sertão dos
Mendes ou com terras devolutas. Foi colocado o nome do **Travessão de “Linha
Mesquita” em homenagem ao agrimensor, Antonio Lopes Mesquita”.
No centro deste novo núcleo (Azambuja, Pedras Grandes e Presidente Rocha),
foi reservado um QUADRO de 121
hectares. É o tão badalado “quadro” que os imigrantes denominaram de Treze de
Maio.
As demarcações da Colônia de Azambuja, encerrou-se com a Linha URUSSANGA
(margeando o rio urussanga), partindo de Urussanga Alta (atual Cidade de Urussanga),
São Pedro de Urussanga Baixa (inclui-se também aqui RIBEIRÃO D’AREIA), São João
de Urussanga Baixa e Urussanga Velha.
Da mesma forma a Empresa contratada pelo Governo Federal, a Companhia
Brasileira Torrens de Colonização e Seus Engº Agrimensores, com sede no Rio de
Janeiro, finalizando os traçados das Linhas Anta, Batista, por último essa
vizinha Linha do Núcleo de Azambuja, homenageou o Povo Imigrante que habitavam o
Núcleo Accioli
de Vasconcelos (atual Cocal do Sul), neste lugar chamado Morro do Quadro,
passando a chamar-se LINHA TORRENS.
Até aí a Cidade de Morro da Fumaça não existia. Foi a
partir do ano de 1907, com a descoberta de novas minas de carvão em Urussanga, que
o Governo decretou a construção de um novo ramal da FTC de Pedras Grandes para
Urussanga via Azambuja. Porém surgiram forças políticas exigindo que este ramal
fosse feito de Esplanada a Urussanga (margeando o Rio Urussanga). Convenceram
as autoridades e venceram. Pronto o novo ramal, começou o trem a correr. Daí
por diante todo o movimento de Urussanga passou a ser feito via Vila de Morroda Fumaça, inclusive o comércio de Linha Torrens foi perdendo forças e as
pessoas migrando para a Vila de Morro da Fumaça.
Linha Torrens teve muitas pessoas ilustres que honram
sua terra, entre Eles, destaco:
- Lecian Slovinski, nascido em Cocal do Sul, na localidade de Linha Torrens, hoje pertencente a Morro da Fumaça. Deputado Estadual pela região do Vale do Araranguá de 1951 a 1969, exerceu na Assembléia Legislativa as funções de vice-presidente e presidente de 1965 a 1968. Fonte: http://www.polonicus.com.br/site/biblioteca_interna.php?cod=50 – acessado em 06 de julho de 2013 as 11:44hs
- Padre Claudino Biff, escritor, poeta e historiador, nasceu no dia 19-08-1932, ordenado no dia 08-12-1958 aos 26 anos de idade. Faleceu em 28-10-1998 com 66 anos. Filho de LEANDRO BIF e IDALINA MACCARI, Neto de BORTOLO BIF e HERMENEGILDA SIMON BIF e AGOSTINO MACCARI e TERESA CITADIN MACCARI. Rezou sua primeira missa, na nova e atual igreja de Morro da Fumaça no dia 14-12-1958. São seus irmãos: Paulino Bif, Olga Bif de Pellegrin e Inês Bif (Irmã Anselma).
- Padre Boleslaw Smielewski
- Padre Estanislau Cizeski nasceu em 13 de setembro de 1919, entrou para o Seminário de Azambuja, em Brusque, em 1935, transferindo-se para o Seminário Maior de São Leopoldo (RS), em 1941. Foi ordenado padre em 21 de dezembro de 1947 em Orleans, sendo inicialmente coadjutor da paróquia de Itajaí entre 1948 e 1950. Com a mesma função, foi transferido para a paróquia São José de Criciúma entre 1951 e 54. De 1954 a 66 foi o vigário de Criciúma. Fonte: Jorge Daros.
- Irmã Anselma Biff, irmã do ex-prefeito Paulino Bif e do padre Claudino Bif.
- O Ex-prefeito Sr. GETULIO PAGNAN, nasceu em 10-07-1930, Filho de Inocente Pagnan e Estela Bertan Pagnan. Neto de Santos Pagnan e Ângela Pagnan, Neto de Giuseppe Bertan e Maria Mion Bertan. Foi Vice-prefeito eleito em 15-11-1968 e assume em 21-03-1970 até 31-01-1973, Governo municipal marcado pela morte do Prefeito Vergínio Maccari em 21/03/1970, assumindo como vice-prefeito em seu lugar.
- ANTENOR DE BONA SARTOR, nasceu dia 24/12/1944 em Urussanga-SC, Filho de Alberto de Bona Sartor e Amabile Sartor de Bona Sartor, neto de João de Bona Sartor e Eliza Búrigo Sartor, e, Tranquilo Sartor e Amália Benedet Sartor. Foi Prefeito na Quinta Gestão, Eleito em 15-11-1972, Assume em 31-01-1973 até 01-02-1977, pela ARENA, tendo como Vice-prefeito, Jorge Silva, também da ARENA.
- FAMÍLIA SORATTO, que traz a ascendência de XUXA MENEGHEL, neta de ATILIO SORATTO MENEGHEL e BisNeta de TEREZA SARTORETTI SORATTO casada com ÉTORE MENEGHEL, residiram na comunidade de LINHA TORRENS, município de MORRO DA FUMAÇA(SC)..
SANTO ZACCARON – entrevistado em 20.08.1988, por Pe. Claudino Biff.
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SANTO ZACCARON |
Sobre o nome de
Morro da Fumaça... havia um homem chamado Valdomiro Cassimira. Ele era mulato.
Morava lá nas Águas Mornas do Clima, entre Linha Torrens e Cocal. Ele comprou
um terreno no que viria a ser Morro da Fumaça. Desde o morro do Tranqüilo
Sartor se avistava a fumaça dos carreiteiros e em tempos de chuva, era
fortíssimo o nevoeiro na mata virgem onde hoje é o Hospital São Roque. O negro
Valdomiro Cassimira chegou numa cooperativa que havia em Linha Torrens e
disse: “Comprei um terreno lá em Morro da Fumaça”. Está aí o Teodoro Maccari
que não me deixa mentir... quando o pai dele comprou as terras onde é a loja da
Honorata (Rua 20 de maio), chegando em casa, em Urussanga, disse para a mulher
Rosina e para os filhos: “comprei um terreno na Linha Torrens”. Linha Torrens
vinha de Cocal até Esplanada, Santa Apolônia e Rio Vargedo. SANTOS ZACCARON é filho de Vicenzo Zaccaron e Isabella Simon. (Isabella é irmã de: Fellice "Felix" Simon de Rio Vargedo, Hermenegilda Simon casada com Bortolo Biff e Eugenio Simon).
Padre Claudino Biff: - Linha
Torrens tinha duas igrejas, uma dos católicos, uma dos assim chamados letos,
letões, russos, de fé adventista. Dois cemitérios, um dos católicos e outro dos
letos. O cemitério dos católicos viria a ser a atual igreja, que por sua vez
foi construída sobre a primeira. O cemitério dos adventistas era a 300 metros aquém da Igreja da Linha Torrens.
Linha Torrens tinha cooperativa e escola italiana. O chefe da cooperativa se
chamava Fernando de Fávero (De Fáveri). Lá se vendia de tudo que se usava no
tempo: machados, picaretas, enxadas, foices importadas da Itália e da Alemanha.
Linha Torrens era o centro social, com salão de baile e etc. Morro da Fumaça
não existia. Fernando de Fávero um dia,
ao ver passar por Linha Torrens seu grande amigo José “Giuseppe”
Guglielmi, pai do Sr. Santos Guglielmi, pergunta: “Compadre, para onde você
vai?” “Vou comprar umas terras na Fumaça...” Aí a macriação seria em italiano:
“Compare Beppi, Linha Torrens é a vaca e Fumaça é só o rabo...” A história
mostrou que Fumaça deu leite e mel. (BIFF,
1988, p.19). Padre Claudino Biff é Filho
do Intendente LEANDRO SIMON BIF e IDALINA MACCARI, Neto de BORTOLO BIF
e HERMENEGILDA SIMON BIF e AGOSTINO MACCARI e TERESA CITADIN MACCARI.
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ABERTURA ESTRADA Morro da Fumaça a LINHA TORRENS - 1964 |
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Vista Aérea de Linha Torrens - 02-2008 |
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Vista Aérea de Linha Torrens - 02-2008 |
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Vista Aérea de Linha Torrens - 02-2008
PRAÇA VEREADOR MÁRIO MAGAGNIN (Lei municipal nº 1188
de 27/10/2005) |
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Comunidade de Linha Torrens - 19-04-2012
PRAÇA VEREADOR MÁRIO MAGAGNIN (Lei municipal nº 1188
de 27/10/2005) |
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Linha Torrens - 20-11-2011 |
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E.E.B.Linha Torrens - Morro da Fumaça (SC) - 19-04-2012 |
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E.E.B.Linha Torrens - Morro da Fumaça (SC) - 19-04-2012 |
REFERÊNCIAS
- http://www.sc.gov.br/conteudo/santacatarina/historia/paginas/08imigrantes.html
- BIFF, Claudino.
Morro da Fumaça e Sua Divina e Humana Comédia, 1988.
- História de Minha
Vida, do Autor Sr. GERMANO BEZ FONTANA, na página 474.
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Barros_e_Accioli_de_Vasconcelo
- Livro: "ITALIANOS EM SANTA CATARINA" WALTER F. PIAZZA - ORGANIZADOR - EDITORA LUNARDELLI - 2001 - SANTA CATARINA
Colônia
de Linha Torrens, donativos em Prol da Cruz Vermelha Italiana
As maiores levas de imigrantes que aportaram em solo brasileiro, a partir de 1875, foram durante longos anos abandonados à própria sorte, seja pelo governo da Itália ou do Brasil. Todavia, entre as tensões vivenciadas nos núcleos coloniais desde os primeiros anos e, diante do sentimento de pouca expressividade no estado, projetou-se por parte dos agentes italianos sediados na capital catarinense um "reavivamento" através da criação de associações e periódicos.
Esses periódicos, divulgaria notícias sobre a Itália, notícias da Grande Guerra Mundial, notícias sobre assuntos diversos que poderiam interessar ao Brasil e especialmente ao Estado de Santa Catarina. Divulgaria também as correspondências recebidas que relatavam acerca da vida que se desenvolvia nos diversos centros coloniais aqui no Estado, faria a prestação de contas dos fundos recolhidos em prol da Cruz Vermelha Italiana e da Obra de Assistência aos Militares e às suas famílias, comunicações do régio cônsul da Itália, notícias sobre as escolas ítalo-brasileiras e estimularia a vida colonial "produtiva, fecunda, disciplinada e digna do país - a Itália"
Em 1917, na Colônia de Linha Torrens, o Sr Ridieri Martino era o "Organizador", pessoa responsável em arrecadar das 46 famílias, os donativos (70$000) mensais em Prol da Cruz Vermelha Italiana. Fonte: http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/esbocos/article/download/391/9857 - acessado em 06 de julho de 2013